Com tarifaço, setor metal mecânico da 4ª cidade brasileira que mais exportava aos EUA estima risco de 5 mil demissões

Tarifaço do Trump: empresas de metalmecânico em Piracicaba estimam até 5 mil demissões Com o tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos às exporta...

Tarifaço do Trump: empresas de metalmecânico em Piracicaba estimam até 5 mil demissões Com o tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos às exportações brasileiras, o setor metal mecânico de Piracicaba, no interior de São Paulo, estima que ocorra 5 mil demissões a partir de novembro deste ano. A cidade foi a quarta que mais exportou ao país norte-americano no ano passado. Nesta quarta-feira (20), representantes do setor e lideranças políticas da região estiveram em Brasília para um encontro com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Representantes do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras (Simespi) entregaram uma carta ao vice-presidente com dados sobre o impacto que o tarifaço pode trazer à região, além de reivindicações. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Piracicaba no WhatsApp "Isso é um prejuízo enorme e, também, é lógico que afeta toda a questão do atendimento social, SUS, escolas e até o orçamento público municipal", afirmou o prefeito Helinho Zanatta (PSD). A carta do Simespi cita que o setor metal mecânico regional é formado por aproximadamente 1.400 empresas e que as 257 associadas ao Simespi, juntas, empregam diretamente mais de 30 mil pessoas. Trabalhador do setor metal mecânico de Piracicaba Reprodução/ EPTV Reflexos estimados Se a situação não mudar, as estimativas apontam que somente no setor metal mecânico de Piracicaba haverá perto de 5 mil demissões a partir de novembro deste ano, o que significaria aproximadamente R$ 60 milhões de seguro-desemprego. Isso impactará, segundo o documento, diretamente no comércio da cidade, já que somente de vale-alimentação, mais de R$ 2 milhões deixarão de circular na economia local mensalmente. "Essa taxação pegou muito a nossa cadeia de produção porque, hoje, nós falamos muito nas que exportam, mas e as que fornecem para as que exportam? E foi isso que nós viemos trazer ao vice-presidente e ministro da indústria e, aparentemente, isso não estava muito claro para eles. Nessa reunião, ficou bem claro que isso vai prejudicar toda uma cadeia e o município", afirmou Erick Gomes, presidente do Simespi. "Isso nos afeta muito. Não só alguns trabalhadores, mas você afeta toda uma cadeia, o que o trabalhador pode trazer de consumo para a cidade e para a região de Piracicaba. Cinco mil pessoas que deixarão de comprar, que deixarão de usar o seu ganho no comércio", apontou Wagner da Silveira, representante do sindicato dos trabalhadores metalúrgicos de Piracicaba. Entre as medidas pedidas ao governo estão: Criação de mecanismo de defesa comercial; Políticas emergenciais para preservar a competitividade industrial; Avaliação de uma reedição temporária da política de desoneração da folha de pagamento. Uma ideia apresentada pelo governo no encontro é a proposta que está no Congresso Nacional para dar mais tempo às prefeituras para pagamento de dívidas judiciais. Fábrica em Piracicaba já sente reflexos do tarifaço Reprodução/ EPTV Pacote de auxílio No dia 13 deste mês, o presidente Lula (PT) anunciou R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas pelo tarifaço. O acesso às linhas de financiamento estará condicionado à manutenção de empregos. O pacote Brasil Soberano também prevê compras governamentais e adiamento de impostos. Entenda o que ele prevê: Linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas impactadas pelo tarifaço; Prorrogação por um ano da isenção de impostos sobre matérias-primas importadas, que são usadas na produção de itens destinados à exportação; As empresas também poderão pedir adiamento do pagamento de tributos federais pelos próximos dois meses; Governos, estados e municípios poderão comprar alimentos que seriam exportados para utilização na merenda escolar e hosptais, por exemplo; Até o ano que vem, empresas exportadoras terão direito à devolução de parte dos tributos pagos ao longo da cadeia de produção: até 6% para micro e pequenas empresas e até 3,1% para médias e grandes empresas. Dados sobre as exportações de Piracicaba para os Estados Unidos Reprodução/ EPTV VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e Região