Quem são os advogados suspeitos de mandar matar casal de clientes em SP; prisão foi em condomínio de luxo

Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira Barroso foram presos em São Carlos, na operação "Jogo Duplo". Defesa deles alegou "provas frágeis" e di...

Quem são os advogados suspeitos de mandar matar casal de clientes em SP; prisão foi em condomínio de luxo
Quem são os advogados suspeitos de mandar matar casal de clientes em SP; prisão foi em condomínio de luxo (Foto: Reprodução)

Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira Barroso foram presos em São Carlos, na operação "Jogo Duplo". Defesa deles alegou "provas frágeis" e disse que provará inocência. O casal de advogados Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira Barroso, que foi preso em São Carlos suspeito de envolvimento em morte de casal de Araraquara Reprodução/Redes Sociais Os advogados Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira foram presos nesta terça-feira (17), em São Carlos (SP), suspeitos de mandar matar os empresários José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari em abril deste ano, em São Pedro (SP). José Eduardo e Rosana eram clientes do casal de advogados há mais de 10 anos, segundo informações de familiares. 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp O advogado de defesa de Hércules e Fernanda, Reginaldo Silveira, afirmou que se trata de um caso "curioso, tendo em vista que as provas são frágeis na indicação inclusive do homicídio". "Havia uma relação entre as partes, uma relação de escritório de advocacia, onde honorários eram pagos através de imóveis, não eram pagos em espécie. Nós vamos conseguir provar a inocência do casal. Agora está iniciando a fase de tomada de depoimentos, mas vamos comprovar que realmente a única relação que havia era justamente a de advogado-cliente, nada mais do que isso", alegou. LEIA TAMBÉM: RICOS E SEM HERDEIROS: saiba quem era casal que polícia diz ter sido morto a mando de advogados INVESTIGAÇÃO:Advogados presos por morte de casal de clientes em SP queriam ficar com patrimônio das vítimas, diz polícia Quatro pessoas são presas suspeitas de envolvimento na morte de casal de Araraquara Além dos advogados, a Polícia Civil também prendeu os dois executores do crime nesta terça-feira: Carlos César Lopes de Oliveira, de 57 anos, conhecido como Cesão, e Ednaldo José Vieira, o Índio, 54 anos. As prisões aconteceram em São Carlos e Praia Grande. A reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo, não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos do homicídio. Todos os envolvidos foram presos durante a operação "Jogo Duplo", realizada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba (SP). Os investigados devem responder por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver. Mais notícias da região: DROGAS: Mais de 400 kg de cocaína são apreendidos em caminhão-tanque na Rodovia Washington Luís JUSTIÇA: Mulher autista ganha guarda definitiva de papagaio-verdadeiro após decisão CRIME EM MATÃO: Idoso que matou a própria mãe é encontrado morto em cadeia Ações falsas e R$ 12 milhões em imóveis Segundo as investigações, os advogados falsificaram documentos para enganar as vítimas e conseguir se apropriar de cerca de R$ 12 milhões em imóveis e mais de R$ 2,8 milhões em pagamentos de custos processuais inexistentes. De acordo com a Polícia Civil, os advogados produziram falsos comprovantes de pagamento e até uma ação judicial falsa para convencer o casal a realizar os depósitos. O g1 apurou ainda que, em agosto de 2022, a advogada Fernanda foi incluída como sócia de uma empresa de José Eduardo e Rosana no ramo imobiliário. Conforme informações da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), quando a inclusão aconteceu, o valor de participação de Fernanda no negócio era de pouco mais de R$ 120 mil. Com a apropriação dos bens concluída, segundo a Polícia Civil, os advogados encomendaram a morte das vítimas. O casal José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari foi morto a tiros em São Pedro Divulgação Os bens das vítimas foram transferidos para os advogados por meio de uma holding — estrutura jurídica utilizada para gerenciar bens e separar o patrimônio pessoal do empresarial. Essa separação ajuda a "blindar" os bens de dívidas ou disputas em nome de pessoas físicas que compõem a sociedade. “Imaginamos que eles arquitetaram o crime para se apossar de forma definitiva dos bens das vítimas, porque eles [vítimas] não tinham descendentes. Era um casal sem filhos. Os pais também já são falecidos e os bens deles estão no nome dos advogados. Eles morrendo, quem questionaria isso?”, afirmou a delegada Juliana Ricci. Escritório desde 2007 O escritório de advocacia do casal funciona desde 2007 em São Carlos, com atuação nas áreas de Direito Civil, Imobiliário, Trabalhista, Tributário e do Consumidor. No site, porém, apenas o currículo de Hércules é divulgado. Ele é apresentado como especialista em Ciências Criminais pela Universidade de São Paulo (USP). Hércules Barroso e Fernanda Morales Arquivo Pessoal Em pesquisa feita no Cadastro Nacional de Advogados (CNA), tanto Hércules quanto Fernanda aparecem com "situação regular" para trabalhar na área. O g1 pediu um posicionamento à Subseção São Carlos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que informou estar acompanhando as diligências. "É importante ressaltar que a OAB-SP, por meio de seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED), apura qualquer infração que chegue ao seu conhecimento", escreveu, em nota. E adicionou que junto ao TED "adotará as medidas de apuração cabíveis". Além da atuação como advogados, também consta uma microempresa (ME) na área de atividades paisagísticas em nome do casal, desde outubro de 2016. O crime Corpos de José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari foram encontrados na Fiat Toro na chácara São Pedro em Piracicaba PM/Divulgação A Polícia Militar encontrou os corpos de José Eduardo e Rosana em um veículo em uma chácara na serra de São Pedro, no dia 6 de abril. Ao chegar no local, a PM constatou que o homem já estava sem vida e tinha as mãos amarradas. A mulher estava na caçamba do veículo. A localização dos corpos ocorreu após as equipes da PM serem acionadas pelo dono de um bar da região, mas as informações foram enviadas à imprensa no dia 7 de abril. O homem, segundo registro da ocorrência, viu o corpo de uma das vítimas dentro de uma caminhonete Fiat Toro. Testemunhas relataram que as vítimas eram frequentadoras assíduas da chácara. REVEJA VÍDEOS DA EPTV: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara